31.1.06

E nós, queixamo-nos de quê?


Partilho do sentimento, cada vez mais comum na sociedade, de desencanto em relação à maior parte da nossa classe política. Mas há momentos em que algo acontece que me leva a contextualizar a nossa situação e a relativizar os muitos defeitos que os políticos cá do burgo se vão esforçando por manter escondidos. Ler notícias sobre aquele estranho fenómeno que dá pelo nome de Silvio Berlusconi é um desses momentos.
Il cavaliere voltou a demonstrar que é de facto um caso à parte neste sábado à noite quando, ao ser elogiado por um padre pelos vistos muito mediático (será tipo o nosso Melícias? ou talvez mais do estilo do Borga...?) pela sua oposição ao casamento entre homossexuais e defesa dos valores de família, decidiu ultrapassar novamente a fronteira da total falta de decoro/vergonha na cara e prometeu ao referido padre dois meses e meio de completa abstinência sexual, até 9 de Abril, data das legislativas. A mesma notícia trazia também referência à afirmação feita neste verão pelo Sr.Silvio, de que tinha usado as suas tácticas de playboy sedutor numa reunião com a Presidente da Finlândia...

Digam lá se perante isto alguém pode ter vontade de falar mal de Sócrates ou de Cavaco?

Simply the best


Já ouvi várias vezes a tese de que quem não viu jogar equipas como o Brasil de 1970 e 1982, a "Laranja Mecânica" de Cruyff, ou jogadores como Pelé e Eusébio não sabe o que é bom futebol. Já ouvi essa mesma tese ser aplicada a Muhammed Ali no boxe, a Fangio no automobilismo, a Eddie Mercks no ciclismo, a Rod Laver no ténis, a Wilt Chamberlain no basket. Pois bem, eu, que estou naquela fase da vida em que somos jovens para os que nos vêem de cima e já pró cotas para os que nos vêem de baixo, não tive o privilégio de ver nenhum destes monstros sagrados.
Mas, mesmo assim, não acho que tenha ficado a perder. Vi o incomparável Diego Armando Maradona de 1986, vi Michael Jordan, vi Schumacher, vi Lance Armstrong. E virando a agulha para o desporto que mais pratiquei na vida, posso dizer com orgulho, que vi jogar "Pistol" Pete Sampras, o tenista que mais títulos de Grand Slam conquistou (14).
Mas nos últimos anos temos assistido ao aparecimento de um novo campeão, um rapaz suíço, simpático e introvertido, chamado Roger Federer, que se tem imposto no circuito mundial de uma forma que raia as fronteiras do impossível. Num desporto em que não há companheiros de equipa que possam disfarçar maus momentos de forma, os últimos 3 anos têm sido completamente dominados por ele. Com um registo anual de derrotas que se contam pelos dedos de uma só mão, com títulos ganhos em todas as superfícies do jogo, e principalmente com o absurdo recorde de 7 finais de torneios de Grand Slam - 7 vitórias, Federer parece estar (aos 24 anos) a caminho daquele patamar de imortalidade a que só os verdadeiramente grandes podem aspirar.
Pelo prazer que me dá vê-lo jogar, fica o registo e a homenagem.

30.1.06

Comentário certeiro


Rio Ave 0- Porto 0...
Mais um mau resultado acompanhado por uma péssima exibição e uma disposição da equipa em campo que funciona tão mal que nem merece o nome de táctica. Este Sr.Co, que nos últimos dois jogos foi verdadeiramente treinador de bancada (por castigo e pela incompetência que demonstrou), continua paulatinamente a sua cruzada de erradicar do onze inicial qualquer jogador que tenha um "cheirinho" a mística, tendo a sorte desta ocasional roleta russa, sem nexo ou consequência, bafejado o Pedro Emanuel e o Baía.
De tal forma vai o andor que quando o repórter da TVI chamou para a flash interview (que raio de nome tão pomposo) o capitão do FCP, Paulo Assunção (!!!!), a Ana, que já vai percebendo algumas coisinhas à custa de alguns anos de convívio com este grunho que ora vos escreve, teceu o seguinte e lapidar comentário: "capitão? mas quem é este?" , resumindo assim 6 meses de reinado holândes.

25.1.06






O poder no feminino: Michelle Bachellet, Ellen Johnson-Sirleaf, Angela Merkel.
E nós por cá? Alguém consegue imaginar uma política portuguesa viva como Primeiro-Ministro? Ou será que ainda nem sequer nasceu a mulher que lá há de chegar?

23.1.06

Notas soltas sobre as eleições


1- Tal como se esperava e de acordo com todas as sondagens dos últimos meses, Cavaco ganhou à primeira. O facto de ter sido por apenas 0,59% (ou dito de outra forma, o facto de ter tido apenas mais 64 mil votos que toda a esquerda unida) não lhe retira legitimidade, mas não lhe dá a margem de manobra que uma vitória mais expressiva lhe garantiria. Fica a certeza que só ganhou à 1ª graças ao apoio do partido que tratava por "o outro".

2- Alegre obteve um claro 2º lugar (com mais de 1 milhão de votos!), contando com aqueles que se identificaram com o seu programa/discurso, mas também capitalizando, graças a algum populismo, descontentamentos vários: os zangados com Sócrates, os zangados com Soares, os zangados com os polvos partidários, os zangados com Cavaco, os saudosos de Abril e dos discursos de invocação do amor à Pátria.

3- Soares, com os seus 14,3%, tem um resultado que não diminuindo em nada a sua importância para a história do país, mostra aos que ainda tinham dúvidas que os mitos também se abatem. Pagou a factura de não ter percebido que o seu tempo já passou, pagou o desgaste da sua exposição pública nos últimos anos (com opiniões cada vez mais longe do centrão que decide eleições), pagou o facto ser um candidato colado a um governo que tem adoptado medidas difíceis, pagou ,ainda e principalmente, pelos erros de Sócrates e do PS no processo de escolha do candidato. Foi castigado por uma campanha demasiado pró-negativa e demasiado centrada em Cavaco.

4- Em pouco mais de 1 ano, e depois de uma década de líderes moles e pouco carismáticos, os portugueses elegeram primeiro Sócrates e agora Cavaco, dois homens que pelo autoritarismo e pragmatismo (ou será aversão a ideologias?...) que demonstram parecem ser mais parecidos um com o outro do que aquilo que se calhar gostariam de admitir. Tendo em conta que na realidade ambos estão em início de mandato, as ambições legítimas (e óbvias) de assegurarem a reeleição irão provavelmente garantir um clima de estabilidade, já que o sucesso de um implica o sucesso do outro.

20.1.06

O meu voto


Desde que tal me é legalmente permitido votei sempre. Nas diferentes eleições e até naquelas duas tentativas de referendo popular, que tendo em conta a baixa participação acabaram por se revelar impopulares.
Nunca o fiz particularmente entusiamado com as opções disponíveis. Já votei no mal menor, já votei no único de jeito, já votei em branco. Já fiz votos de protesto. Já votei em ideias, em partidos, em caras e corações. Mas nunca como agora tive tantas dúvidas sobre o meu voto.
Bem sei que não será muito importante. Afinal é só 1 voto em vários milhões. Mas é o meu voto e é o único que tenho, e isso basta para me deixar angustiado.
Na minha opinião só há 3 opções lógicas nestas presidenciais: Cavaco, Alegre ou Soares.
Independentemente de se olhar para o PR como homem do leme ou mero corta-fitas, acho que neste momento estas eleições são importantes na exacta medida em que afectem a acção do Governo, que com as virtudes e os defeitos já demonstrados, é quem tem a responsabilidade exclusiva de nos tirar do atoleiro em que nos metemos/meteram nos últimos anos.
Assim sendo, é para mim um tiro no pé votar Alegre porque depois de todo este processo fraticida com o PS e o próprio PM, os anticorpos serão muitos de ambos os lados, com as inevitáveis consequências ao nível da sacrossanta estabilidade e cooperação institucionais.
Votar Cavaco é um sapo que não vou engolir. Visceralmente falando não gosto do homem e acho que não tem minimamente o perfil indicado para a função. No entanto (e acreditando que é esse o seu objectivo...) pode de facto ser o candidato melhor colocado para garantir um clima político-económico mais favorável e maior estabilidade numa perspectiva global do nosso espectro partidário. Além disso, quando me lembro de nomeações como Fernando Gomes, Oliveira Martins e Armando Vara, confesso que me agrada a ideia de contra-peso, de checks and balances que poderia exercer relativamente à maioria PS.
Votar Soares...para mim seria a opção mais natural, mas a própria candidatura é em si mesmo contra-natura. Ele tinha toda a razão quando disse "BASTA". Este não é nem o momento nem o contexto indicados para Soares. Acho que não viria acrescentar nada de novo, e não estou disposto a resignar-me a isso.

Passo deste modo a anunciar que no dia 22, quando exercer o meu direito de voto, vou dispensar o uso da esferográfica.
Com plena consciência que nas circunstâncias actuais isso favorece Cavaco e uma decisão à primeira volta.

P.S.- mas vai ser muito duro aturar o gajo durante 10 anos...


19.1.06

Laicos? Nós?


Dia 19 de Fevereiro.
Em directo.
Em simultâneo na RTP, na SIC e na TVI.
A trasladação do corpo da Irmã Lúcia para a Basílica do Santuário de Fátima.

Deixem-me respirar fundo só mais uma vez antes de garantir de vez o meu lugar no Inferno...

Em directo!!!???? E nas 3 televisões???? Desculpem-me a falta de respeito, mas este alarido todo só se justificava se a dita ex-vidente saísse do caixão e fosse a pé ou mesmo à boleia até Fátima...

18.1.06




A ideia original até era falar sobre o filme, que é uma amálgama das diferentes histórias criadas por Frank Miller sobre Basin City e os seus peculiares residentes. Mas apesar de o filme conseguir (o que me surpreendeu...) captar e transmitir bem o fabuloso jogo de sombras e o ambiente negro comum à cidade, às personagens e aos enredos (o facto de o próprio Miller ter co-realizado terá provavelmente sido fundamental) continuo a achar que os livros são de facto outra louça.
Vejam o filme, mas para os mais puristas, para aqueles que ainda sentem prazer em manusear, cheirar e sentir a textura de um livro, ainda por cima do melhor que há na bd mundial, não deixem de ler os 4 volumes desta saga a preto e branco contada.
Se por acaso não estiverem na disposição de gastar dinheiro façam como eu, e num dia com mais tempo, sentem-se numa fnac ou numa bertrand qualquer e abusem da liberdade e do espaço de sofás que nos é generosamente concedido. É preciso ter alguma lata, mas garanto-vos que vale a pena...

Confissão...


Às vezes quando sou eu próprio, sou um bocado impróprio.

16.1.06

Sonhos


Não costumo sonhar com frequência. Ou pelo menos não costumo ter ao acordar a recordação de ter sonhado. Mas outro dia tive uma dúvida que me tomou de assalto. O que é que normalmente nos acontece quando um sonho acaba?
Quando finalmente salvamos a donzela do perigo e, tomando-a em braços, a beijamos apaixonadamente? Ou quando conseguimos dominar o ladrão que nos entrou em casa usando para o efeito toda uma panóplia de artes marciais de que não nos sabiamos possuídores? Ou quando depois de fintar um, dois, três, quatro adversários e ainda o guarda-redes da equipa contrária, marcamos o golo decisivo que dá a taça à nossa equipa?
Será que normalmente acordamos? Ou será que nos limitamos a dar mais uma volta na cama e damos início a outro passeio na montanha russa? E será que nos devemos sentir moralmente responsáveis por atitudes ou desejos que muitas vezes invadem os nossos sonhos?
Terá o Jorge Palma razão quando diz que "na terra dos sonhos podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal"...?

15.1.06

Desabafos


Levante o dedo quem nunca tenha ouvido uma mulher (qualquer uma e de qualquer idade) invocar as dores específicas inerentes à condição de fêmea como argumento major para se afirmar como membro do sexo verdadeiramente forte. São as contínuas sessões de depilação, é o período, é o dar à luz, etc...
Normalmente a única coisa válida que nós, nobres portadores do cromossoma y, temos para contrapor é o temido momento de ficar com a pila presa no fecho éclair, o que é de tal forma doloroso que levou inclusivamente à invenção dos fechos com botões.

Mas eu posso acrescentar outro item a esta nossa curta lista de horrores: ir comprar roupa!! É a minha definição pessoal de Inferno e fujo disto como o diabo da cruz ou como o Sócrates do Soares.
Para início de conversa confesso que desisti há muito tempo de comprar roupa sozinho. É inútil e constitui um risco. Chego a casa, mostro o que comprei e logo vem aquele olhar assim meio de ladeira e com um leve encolher de ombros que me faz logo pensar Porra, é melhor tentar devolver esta merda...

E nas lojas propriamente ditas? Começo por aqueles cubículos que não raras vezes não impedem a desnecessária exposição das nossas flácidas carnes a quem mais esteja no local. Continuo com os enormes espelhos que não nos permitem fugir à nada. Vê-se tudo. Porra, olha a borbulhona nojenta a querer nascer no queixo. Porra, estou a ficar gordo. Porra, estou mais careca. Porra, vesti umas meias com buracos...
Depois temos ainda o pesadelo conhecido como as empregadas das lojas. Sempre tão amáveis.

(imagem a voz solícita e gordurosa, normalmente acompanhada da típica postura de mãos unidas atrás das costas): Ai que bem que lhe fica. Ai que é a sua cara. Ai deixe-me só marcar-lhe o cós com alfinetes...E o melhor é o tratamento personalizado. O jovem quer ajuda? O jovem precisa de algo? Está tudo bem, jovem? Sem esquecer o também imortal tratamento por menino, ou melhor, O menino...
Cheira-me que mesmo com cabelos brancos e os dois pés para a cova ainda vou ter alguém a chamar-me O menino.


Para não ser mais uma vez acusado de ver sempre o copo meio vazio, deixo para finalizar um elogio e um sincero obrigado ao Sr. Levi Strauss, que inventou a única peça de roupa que me dá sempre a sensação de ter sido feita a pensar em mim e que me serve sem ser preciso apertar, encurtar, embainhar e outras coisas tais.

14.1.06



Já tinha ouvido a descrição deste momento. Mas ainda não tinha visto a imagem, que mesmo com dias de atraso é obviamente merecedora de presença destacada em qualquer blog. Confesso que até estou com dificuldade de escrever já que não me consigo parar de rir e tenho até receio que as lágrimas que me escorrem pela face provoquem um curto-circuito no teclado... Não sei que diga...Será isto o perfil adequado para Presidente da República?

Se eu fosse das campanhas de Mário Soares e Manuel Alegre fazia os últimos outdoors só com esta imagem.

12.1.06



Dizem por aí que o primeiro passo para a cura de um vício é admitir que se tem um problema. Eu admito.

O meu problema é que raramente tenho 2 ou 3 pessoas a meu lado para poder jogar. Com a excepção dos tremores e dos formigueiros, sinto-me em síndrome de abstinência.

10.1.06

A campanha. De mal a pior.


CAVACO:
O homem de facto exagera.
Com o pequeno soldadinho de chumbo também conhecido como porta-chaves também conhecido como ganda nóia também conhecido como M&M presente finalmente numa acção de campanha, o futuro PR Prof. Cavaco não deixou o gajo sequer aproximar-se do palco, não fosse dar azar...Jantou de graça e já não foi mau.
Mas pior foi o tratamento dado ao CDS-PP, ou melhor "o outro partido" que o apoia, que nem sequer merece ter o nome mencionado pelo candidato. Só faltou cuspir para o lado e benzer-se...
É o que dá ter 60% nas sondagens... o gajo nem sequer vai dar um traque até à eleição com medo de sair merda...

SOARES:
O homem de facto exagera.
Como já percebeu que vai levar uma coça de criar bicho, o ex-pai da pátria decidiu começar a espingardar em redor. Certamente para não continuar a ser acusado de só abrir a boca para dizer mal de Cavaco eis que vira a mira para a comunicação social. Quase diria que está a dar uma de D.Quixote vs. moinhos de vento, mas a verdade é que nesta altura do campeonato o tipo está mais para Sancho Pança...

Claes Oldenburg. (American, born Sweden, 1929). Giant Soft Fan. 1966-67. Vinyl filled with foam rubber, wood, metal, and plastic tubing.

Este é o tipo de Serralves. O da pá e da pasta de dentes.

9.1.06




Alice.
Ainda não vi o filme, mas hoje ouvi o cd de Bernardo Sassetti.
A verdade é que apesar de estar inicialmente bem disposto, rapidamente dei por mim num lugar melancólico. Soturno.
Pode ter sido por já conhecer o enredo do filme. Ou por já ter visto a apresentação. Ou talvez por a banda sonora ser não só a musica, mas também os sons da cidade, os sons do próprio filme.
Confesso que senti vontade de agarrar o meu filho. Com força. Para que ele nunca se perca. E para que eu nunca o perca a ele.

Já não tenho pachorra para ouvir dizer que "gostos não se discutem".
É mentira. Raramente fazemos outra coisa.

7.1.06


Ainda não pode votar. Nem conduzir. Só pode viajar com autorização do encarregado de educação. Mas tem idade suficiente para nos fazer sonhar.

6.1.06

Vergonhoso


Jorge Sampaio concedeu, no final de 2005, 56 indultos. Entre estes, perdoou 4 anos de pena a um homem de 75 anos que tinha sido castigado com 18 anos de pena pelo homicídio de 5 pessoas numa rixa entre famílias ciganas. Como este recluso já cumpriu 6 anos de prisão, com estes 4 perdoados pelo PR ficam a faltar-lhe apenas mais 5 para atingir os 5/6 necessários para poder sair em liberdade condicional (isto sem contar com prováveis medidas de flexibilização como saídas precárias ou outras, no seguimento deste "sinal" de Sampaio). A justificação para este perdão estará relacionada com o estado precário de saúde do "idoso" que tem graves problemas cardíacos e está cego.
Já sei que era Natal. Já sei que é tradição os perdões presidenciais. E também sei que Sampaio se está a despedir da função. Mas isto é grave demais para nos limitarmos a encolher os ombros. "Graves problemas de saúde" tiveram foi os 3 homens e 2 mulheres que este gajo matou em 1998. Agora está cego? Tem problemas cardíacos? Ao menos vai ter direito a morrer de causas naturais e não morto a tiro como se fosse um coelho em época de caça.
Que um tipo destes possa passar mais um dia que seja em liberdade é demais, independentemente de estar a morrer.

"and when no hope was left inside
on that starry starry night
you took your life as lover's often do
but I could have told you,Vincent,
this world was never ment
for one as beautiful as you"



5.1.06

O "mercado" tem sempre razão


Intervalo publicitário depois das 24h na SIC ou na TVI:
sms **** : p/ kamasutra, p/ mamas, p/ beijo lésbico, p/ shakira, p/ cús, p/ imagens escaldantes, p/ aderir clube virgem...e o meu preferido p/ toque poli peido.

4.1.06

It's the economy, stupid...


O Tribunal de Contas acaba de fazer um relatório em que arrasa de alto a baixo a forma como foram obtidas as receitas extraordinárias para manter o défice abaixo dos 3% no tempo de Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix. Na altura apresentadas como inevitáveis, as famosas transferências dos fundos de pensões vão pelos vistos sair-nos muito caro em anos vindouros.
Ora das duas uma: ou o TC está redondamente enganado ou então os nossos jornalistas e "especialistas" em economia andam há anos a enganar-nos alimentando o mito da super competente "dama-de-ferro" e do seu apertar do cinto no combate ao défice, que afinal não terá passado de camuflagem pura e dura!

3.1.06


Estando muito longe de ser um grande filme, consegue ser agradável. Para além de uma grande actuação de Tom Wilkinson conta no elenco com a Scarlett Johansson que...bom, é a Scarlett Johansson e basta. Mas a razão principal para ser um filme entretido reside no fino recorte da ironia e do cinismo presente em muitos dos diálogos, resultando em algumas frases que ficam no ouvido:
-"Um homem nunca deve dar jóias à mulher. Fá-la pensar no que terá ele dado à amante"
-"Se nos guiarmos sempre pelas ideias dos outros para quê termos as nossas."
-"-Bigamia é ter uma mulher a mais" , -"Também a monogamia".
-"Os santos têm passado, os pecadores têm futuro."

Devido à minha ignorância só nos créditos finais é que percebi o porquê da qualidade do texto. O filme é uma adaptação da peça "O leque de Lady Windermere" escrita por Oscar Wilde. Assim sendo, e mais do que ver o filme sugiro a leitura do livro, o que eu também farei mal o consiga arranjar.

Devem estar a gozar!!


Já toda a gente sabe que Pinto da Costa e restante entourage não são propriamente flores que se cheirem e muito menos candidatos a santos. Episódios como o famoso guarda Abel, o árbitro Calheiros e suas férias no Brasil e mais recentemente as já famosas "acompanhantes" dos trios de arbitragem constituem apenas uma amostra dos jogos mais ou menos escondidos que se passam fora das quatro linhas. O actual "caso Moretto" não é por isso nada de novo.
O que é relativamente surpreendente e até chocante é ver dois personagens como Luís Filipe Vieira e José Veiga (ambos com longos registos de histórias pouco recomendáveis, para além de anos de "colaboração" com o próprio Pinto da Costa...) virem agora assumir o papel de virgens ofendidas e de defensores da moral e bons costumes. Papel esse que aliás tinha sido deixado vago por outro bastião da virtude chamado Dias da Cunha.
Por favor não me façam rir...

Gosto especialmente do sofá.

2.1.06

Um título mal escolhido


O jornal do saco de plástico, também conhecido como Espesso, publicou com destaque de 1ª página os resultados de uma sondagem que mostra que 10% dos portugueses são homossexuais. Sejamos sinceros. Esta notícia é ridícula já que ninguém no seu perfeito juízo acredita que 1 000 000 de tugas sejam de facto gays. Mas o principal problema para este semanário dito de referência não terá sido tanto a óbvia má interpretação dos resultados da sondagem, mas mais o título da notícia em si. Seria muito mais credível se tivessem optado por:

Há 700 000 mil benfiquistas homossexuais!!!

Nota de Bush para Condoleezza Rice durante uma Assembleia Geral das Nações Unidas em 14 de Setembro, 2005: "I think I MAY NEED A BATHroom break. Is this possible?"

Uma prece algo diferente