12.1.07

O Luisão

O Luisão foi apanhado de madrugada a conduzir com excesso de álcool no sangue (coisita pouca, afinal eram só 1,33g/l).
O Luisão deu depois uma conferência de imprensa em defesa do Luisão.
O Luisão disse que o que aconteceu ao Luisão podia acontecer a qualquer um.
O Luisão disse que o Luisão estava jantando com a esposa e um casal amigo e que bebeu vinho, sendo que o Luisão disse que o Luisão gosta de vinho.

Ora, o amsa até acha que o Luisão tem razão e que isto podia de facto acontecer a qualquer um (desde que esse qualquer um tenha carta, carro, beba muito para além da conta e depois decida conduzir).
O amsa até compreende o Luisão e o amsa julga inclusivamente que tal como no caso do Nuno Assis isto tudo não passa no fundo de uma vergonhosa perseguição do governo ao Benfica, orquestrada certamente pelo Pinto da Costa para desviar os olhares da Catarina e do apito.
O amsa chega até ao ponto de achar que o senhor Juiz, numa atitude de coragem com risco para a saúde do senhor Juiz, se demarcou desta horrível cabala decidindo que o Luisão terá de cumprir 40 horas de serviço comunitário mas que o Luisão não ficará inibido de conduzir.
O amsa, que tal como o Luisão também gosta de vinho,não se esquecerá de invocar esta sábia sentença na eventualidade de numa destas madrugadas ser apanhado com álcool a mais na asa.

6.1.07

10 milhões de euros...

É quanto vai custar a realização do referendo ao aborto.
Ora,

não esquecendo que nas duas anteriores experiências a maioria do povo português mostrou bem o quanto (não) preza a possibilidade de se manifestar em referendo sobre um dado tema, preferindo adoptar a espantosa abordagem estilo "elegemos os gajos precisamente para decidirem e agora os gajos querem chatear-nos com estas merdas e portanto porra para eles nem sequer vamos tirar o cú do sofá"...

vem por este meio o signatário do presente post declarar que caso a abstenção volte a ganhar no dia 11 então não restará outra solução lógica ao parlamento que não seja a abolição pura e simples do instituto do referendo.
Aplicam-se as sacrosantas leis do mercado: um produto que não desperta interesse tem naturalmente tendência a acabar.

4.1.07

Uma praga dos tempos modernos

Fiel a uma estratégia gizada há uns anos, neste Natal e passagem de ano voltei a não responder a nenhum dos sms que recebi e voltei a não ter a iniciativa de os enviar.
Sem surpresa, e confesso até que com alguma alegria, verifiquei que lentamente, quase de forma imperceptível, os frutos deste não labor, desta estudada indiferença vão aparecendo e se há uns anos via o meu telemóvel apitar irritante e incessantemente com dezenas de mensagens pré-formatadas e pretensamente engraçadas, este ano recebi apenas 4.

Nas palavras de um tipo com o qual muitas vezes discordo:
"...as pessoas deixaram de conversar porque a conversa, no sentido mais elevado do termo, implica disponibilidade, gentileza e imaginação. Por isso se enviam estes farrapos de conversa, que significam nada porque nada é o que as pessoas têm cada vez mais para dizer umas às outras..."
João Pereira Coutinho, Expresso 30.12.2006