A simpática madame, mulher de armas, resistente de muitas batalhas, com uma vida de trabalho de sol a sol no campo e 24 sobre 24 em casa, com uma tolerância à dor de fazer inveja a muito pseudo-macho que por aí anda, afectada por um severo caso de pelosidade malina quer facial quer nos apêndices locomotores, dissertava, daquela forma que só as pessoas verdadeiramente genuínas sabem fazer, sobre a sua relação com o marido.
Contava ela que, mesmo com mais de 50 anos de casamento, ainda se dão muito bem ou melhor sempre se deram bem. Riem-se, ela vai-se metendo com ele porque ele é mais do estilo calado e nunca, mas mesmo nunca discutiram. Nem uma vezinha que fosse. E isto derivado da forma de ser dos dois e da forma como ela foi educada, sendo que teve uma avó que muito lhe ensinou. E deu como exemplo esta pérola que passo a partilhar:
"A minha avó dizia para olhar sempre com atenção para a cara do marido quando ele entrasse em casa. Se vinha chateado, aconselhava-nos a fazer duas coisas: primeiro devíamos encher a boca de água, isto para não correr o risco de dizer algo que o irritasse, e depois devíamos esconder da vista ou pelo menos arrumar para um canto qualquer banquito que houvesse na cozinha, isto para não correr o risco de levar com ele nas costas."
Antes de se ir embora, ainda se ria bem disposta quando disse "ah eu digo estas coisas mas a verdade é que com esta barba tão forte eu podia bem ser homem".
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