6.1.07

10 milhões de euros...

É quanto vai custar a realização do referendo ao aborto.
Ora,

não esquecendo que nas duas anteriores experiências a maioria do povo português mostrou bem o quanto (não) preza a possibilidade de se manifestar em referendo sobre um dado tema, preferindo adoptar a espantosa abordagem estilo "elegemos os gajos precisamente para decidirem e agora os gajos querem chatear-nos com estas merdas e portanto porra para eles nem sequer vamos tirar o cú do sofá"...

vem por este meio o signatário do presente post declarar que caso a abstenção volte a ganhar no dia 11 então não restará outra solução lógica ao parlamento que não seja a abolição pura e simples do instituto do referendo.
Aplicam-se as sacrosantas leis do mercado: um produto que não desperta interesse tem naturalmente tendência a acabar.

1 comentário:

Anónimo disse...

Cidadania
A cidadania é uma novidade em Portugal e só interessa a uma pequena percentagem da população.
Em parte isto é devido à falta de cultura do cidadão médio, que não lê e que fica confundido com o que ouve e como tal prefere o "NIM". Outra parte é devida a um pensamento excessivamente individualista que faz com que achemos que "não nos vai acontecer e se nos acontecer a gente resolve na hora e se não resolver lamentamo-nos até alguém nos dar uma mão, um subsídio ou qualquer coisa do género”.

Não temos o sentimento de estarmos a pagar impostos para criar os equipamentos físicos (estradas, escolas, tribunais, hospitais, …) e funcionais que permitam a vida colectiva e o apoio nas dificuldades que nos surpreendem.
Os referendos não são entendidos como “coisas nossas”, mas como coisas que preocupam os políticos e mais meia dúzia de indivíduos.
Atribuir a culpa aos políticos por defraudarem frequentemente as expectativas das populações é um erro (os políticos são iguais em todo o mundo) pois se alguma culpa eles têm é em não terem promovido a educação de todos os estratos sociais.
Quando se fala em educação pensa-se sempre nas crianças e não nos adultos e estes também têm de aprender novas regras sociais e técnicas, pois nos últimos 20 anos a evolução técnica foi de tal modo rápida que a maioria da nossa população adulta não acompanhou.
Mas isto implicava que houvesse uma planificação no ensino permitisse a frequência para actualização dos mais diversos profissionais, desde a pesca e agricultura à medicina e engenharia e para isso era necessário uma humildade que não temos.