31.5.06
"Ripa na rapaqueca..."
O plenário? muda-se para o horário matinal. As comissões parlamentares? começam lá para o fim da tarde. Tudo porreiro que o que a malta quer é ver a bola. Acham que estou a exagerar? E se os dois primeiros jogos não fossem ao fim de semana? E se passarmos aos oitavos de final? E aos quartos? Porque não fechar a Assembleia durante o Mundial ou pelo menos mandar instalar Sporttv no bar ou mesmo no próprio hemiciclo?
30.5.06
O homem moderno?
26.5.06
Just say no
Tudo isto a propósito de um encontro de alto nível sobre SIDA/HIV, que se vai realizar na próxima semana nas Nações Unidas, para avaliar a evolução da situação desde a sessão especial da Assembleia Geral da ONU em 2001, sobre este mesmo tema.Ora, a preguiça leva-me a não perder tempo a procurar estatísticas que permitam pintar um quadro mais real da pandemia, mas acho que é seguro dizer-se que temos ido de mal a pior.Na África subsariana, tal como em alguns países asiáticos, o número de infectados não para de crescer. No mundo Ocidental, e apesar de impressionantes campanhas mediáticas de informação sobre a doença, não há uma alteração significativa de comportamentos de risco (como se comprova pela baixa taxa de utilização de preservativos) e pior ainda, começa a correr em sectores (felizmente minoritários) a noção da SIDA como simplesmente mais uma doença crónica com a qual se vive como se fosse uma diabetes ou uma hipertensão.Bom, mas voltando aos Bush, ficarão certamente tão impressionados como eu fiquei por saberem que a delegação dos EUA (47 elementos) vai ser liderada pela 1ª dama a Exma. D.Laura. Só com esta informação, qualquer pessoa poderia dizer que isto seria uma forma de dar relevância política e mediática a este encontro. Mas Laura não vai sózinha. Com ela na comitiva oficial estarão também notáveis especialistas no tema como a sua filha Barbara, mais versada em álcool e festanças, e uma amiga dela cujo única característica marcante é ser por sua vez filha de um amigo de George W. Mas ainda há mais. A marcar a ideologia conservadora dos Bush e a sua versão do que deve ser o combate a este flagelo, estarão vários elementos que defendem a educação para a promoção da abstinência como o único caminho a seguir, contrariando não só o senso comum e os especialistas no fenómeno como também a própria declaração da AG da ONU de 2001.
Não sei se quem virá a seguir será muito melhor, mas já não há pachorra para esta família.
notícia tirada de: the nation.
24.5.06
Cortar o cabelo
Em meados do corrente mês o inevitável aconteceu, leia-se que o crescimento da melena chegou ao ponto de se tornar incomodativa e ocasionalmente já me obrigar a fazer aquele gesto tão típico do Nuno Gomes de ajeitar a bela da madeixa atrás da bela da orelhinha. Assim sendo, lá me decidi a voltar novamente ao local do crime. Menos inquieto mas ainda não à vontade, eis que pela 2ª vez na vida entrei no dito estabelecimento que nesta ocasião estava quase vazio. Havia uma cabeleireira (a minha!, expressão que nunca pensei vir a usar), um funcionário encarregue da lavagem dos cabelos (o já referido T.), uma estagiária em formação e uma cliente. A cabeleireira estava à conversa com a cliente e quando me viu ao balcão chamou o T. para me atender, assim comprovando o célebre ditado de que ninguém foge ao seu destino, ou na tétrica versão da família G., quem tem de morrer de um tiro não morre de uma facada. Como se de um filme de série B se tratasse, eis que surge então o momento por todos já adivinhado (pelo menos por aqueles se deram ao trabalho de seguir a série desde início), em que iria ser posta à prova a viril masculinidade deste amigo que ora vos escreve, um criado ao vosso dispor.
Começámos logo à grande, visto que em resposta à dose extra de vigor e de desbragada testosterona que propositadamente coloquei na minha metade do aperto de mão, o T. respondeu com um estilo de mão morta, viscosa e mole, que me deixou na dúvida se a ideia seria apertá-la ou osculá-la. Bom, mas passemos à frente…Tal como temia, o passo seguinte foi a lavagem do cabelo. Enquanto a cadeira em que me sentei se reclinava e lentamente dava instruções às suas molas para que me começassem a massajar as costas, cumprindo deste modo os desígnios do seu criador, ocorreram-me de forma quase simultânea 2 pensamentos:
O primeiro - que tanto a A. como outras amigas mulheres já me tinham dito que Ah, o T. é fabuloso! Aquelas mãos, aquela massagem…é quase orgásmico…;
O segundo: - aquele episódio do Seinfeld em que o George (claramente a personagem mais interessante) andava angustiado com medo de ser um homossexual reprimido porque tinha ido a um massagista e sentiu movimento lá por baixo (acho que as palavras dele foram I think it moved).
Animado por estas ideias e contrariamente ao usual aumento do peristaltismo intestinal vulgo vontade de cagar, que normalmente me acompanha numa situação de grande stress, fui literalmente assaltado por um violento ataque de riso que consegui controlar fincando, sem remorso ou piedade, os dentes superiores no lábio inferior. Alheio ao drama que se desenrolava, o T. continuava o seu trabalho. Diga-se por ser verdade, e também porque eu posso ser parvo e ter a mania que até tenho piada mas na realidade não sou homofóbico, que o tipo sabe da poda e tem de facto umas boas mãos. Mesmo assim, e após mais ou menos 300 segundos que me pareceram uma eternidade, a lavagem/massagem capilar lá acabou e eu lá me levantei da cadeira. Posso anunciar com indisfarçável orgulho, extrema felicidade e evidente alívio que passei incólume por este momento de provação. Não houve nenhum tipo de movimento lá por baixo. Nada. Zero. Niente. Nem uma agulha buliu na quieta melancolia dos pinheiros do caminho. Mais uma vez peço que compreendam que a alegria sentida não tem nada de homofóbico, apesar do meu longo historial de cinismo gratuito para com o fenómeno do rabetismo galopante que vem assolando a nossa sociedade. A questão é que com 30 anos, casado, pai de família e com cada vez mais contas para pagar, confesso que não tenho nem vida nem paciência para descobrir que olha, olha, afinal sou gay. Não seria propriamente o fim do mundo, convenhamos que seria pior descobrir uma súbita vocação para padre ou uma vontade incontrolável de aderir ao PP, mas que iria dar uma carga de trabalhos lá isso iria.
Para finalizar acrescento que o corte de cabelo em si não merece que com ele se perca muito tempo, mas ainda assim não deixou de ter o seu quê de incomodativo. Nos idos tempos das idas ao barbeiro, um tipo ou naturalmente falava de futebol ou naturalmente estava calado, sem que passasse pela cabeça do cliente e do barbeiro sentirem-se incomodados com eventuais momentos de silêncio. Aqui não. A cabeleireira está firmemente convencida que é essencial para a qualidade do atendimento que não haja tempos mortos. É preciso falar. Sobre o tempo, sobre a família, sobre o que for, mas é forçoso que o cliente não se aborreça. Como não tive a lata de lhe dizer olhe lá, eu até agradeço a sua simpatia e tal e coisa mas o que gostava mesmo era que se calasse um bocadinho para eu poder ler o meu jornal, fui obrigado a levar com uma ensaboadela de 20 minutos de conversa de circunstância de sentido único, que fui interrompendo com os ai sim e os pois é que julguei essenciais para não fazer figura de mal criado. Contrariamente ao que alguns poderiam esperar, não há lugar nesta história para madeixas, extensões, brushings (?) ou frisanços de cabelo.
No fundo, ir ao estabelecimento é como ir ao barbeiro, só que com muito mais higiene.
De cabeça bem levantada e com as mãos naturalmente no prolongamento dos braços, por sua vez masculamente colocados ao lado do tronco, abri a porta e saí.
19.5.06
Cortar o cabelo
Entrei no dito cabeleireiro, que doravante designarei como o estabelecimento, que é um termo mais neutro e não mexe com a minha já de si debilitada e ferida masculinidade. Ora então, já dentro do estabelecimento, dei por mim dirigindo-me para o balcão de atendimento, como um touro para a lide que desconhece ou um inocente a assobiar para o cadafalso. Parei e olhei em volta. Para início de conversa tudo o que era expositores e estantes estavam cheios de produtos como rimels (?), batons, ceras depilantes, geles fixantes e outras merdices tais. Como se isto já não fosse suficiente o estabelecimento estava cheio de mulheres. Havia altas e baixas e magras e gordas. Havia adolescentes e mulheres em idade parideira e mulheres pós-menopaúsicas com cara de fãs do Júlio Iglésias. Havia uma criança, também ela do dito cujo sexo, que corria impaciente de um lado para o outro espalhando as suas barbies(?) ao deus dará. Havia uma noiva, santo deus. Mulheres a fazer madeixas, mulheres a fazer permanentes, mulheres na manicure, na secagem do cabelo e enroladas em papel de prata como se fossem um legume no frigorífico. Lia-se a Caras, a Vogue, a Nova Gente, as televisões estavam todas sintonizadas no canal Fashion. Falava-se de roupa, de cabelo, de estilos de cortes e de produtos capilares. Estavam todas a olhar para mim. Todas! Até mesmo as que estavam aparentemente de costas. Elas disfarçavam daquela forma que só as mulheres conseguem disfarçar, mas eu, marinheiro viajado no imprevisível e tormentoso oceano que é a psique feminina, sabia que era o foco das atenções. Mas de uma forma negativa, como se tivesse arrotado à mesa num jantar de gala ou dado um sonoro traque no meio duma qualquer aula.
Estranhamente, não parecia haver cabelos no chão. Não havia jornais desportivos, não se ouvia falar alto, ninguém discutia a arbitragem do jogo anterior, o próximo reforço ou o eventual despedimento do treinador. Até me ofereceram um café. Estabelecimento unisexo? Nem por sombras. Era eu contra o mundo. Bom, em abono da verdade era eu e o T. O T.! Como classificá-lo sem incorrer num excesso de homofobia? Metrosexual, mas daqueles que gosta de homens? Maneirento? Demasiado cheiroso e claramente sobre-penteado? Saiu do armário, saltou a vedação, virou boiola, emveadou? Bom, deixemos o T. tranquilo por algumas linhas. Ele voltará. Esta 1ª visita (sim, sim, é verdade que já lá voltei…) não terminou sem que antes me tivessem tirado uma foto. Sal na ferida, meus amigos, sal na ferida. Sorria, disse ela quando viu a minha cara de parvo a olhar para a máquina. Tentei, ou pelo menos tenho a vaga noção que os meus músculos se contraíram com essa intenção. Ela disse que tinha ficado muito bem. Não era preciso. Uma imagem vale mesmo muitas palavras, mesmo que não sejam mil, e afinal a máquina só apanha o que tem à frente.Como o difícil já estava feito, mergulhei de cabeça nesta nova experiência e dei o passo que me faltava. Comprei produtos! Um frasco de fortificante para aplicar de pipeta antes de deitar, vulgo estrume capilar, ao módico preço duma bela garrafa de vinho tinto e um champô ideal para o meu couro cabeludo. Suspirei fundo, cansado por este excesso de contacto com o meu lado feminino. De mãos nos bolsos e algo cabisbaixo, abri a porta do estabelecimento e saí. Cá fora estava sol.
(continua…)
17.5.06
Cortar o cabelo
Durante grande parte da minha vida cortei o cabelo no Salão Luso, uma barbearia só para machos que ficava lá perto de casa. Desde cedo me comecei a habituar a ir sozinho. Chegava, alapava o cú no sofá, escolhia o desportivo que estivesse disponível e mal abria uma vaga em qualquer um dos 3 tipos que lá trabalhavam lá ia eu. Quando me perguntavam e então jovem como vamos cortar? eu, pequenino e ladino, respondia sempre da mesma maneira: curto mas não demasiado. Durante os anos da adolescência e do acne juvenil tive vontade de rapar o cabelo como os tropas que ia vendo em esporádicas viagens de comboio ou enquanto andavam à cata das melhores prostitutas nas esquinas da zona, mas quando me sentava e abria a boca para dizer ao que ia saia-me o mesmo curto mas não demasiado de sempre. Já depois de sair da faculdade, homenzinho feito, casado de papel passado e tudo, quis o destino (e a minha mulher) que nos instalássemos noutra cidade, o que inevitavelmente contribuiu para me livrar do hábito/vício que era o Salão Luso. Assim sendo, numa atitude que teve tanto de coragem como de estupidez natural, pedi emprestado ao P. a sua máquina de cortar o cabelo. Confesso que ainda tive vontade de me auto-tosquiar, assinalando devidamente o meu capilar Grito do Ipiranga, mas acabei por ter juízo e pedi à A. que fizesse as honras. Aqui chegados, diga-se eufemisticamente falando que a coisa não correu bem. Inexperientes na difícil arte do manejo da dita roçadoura, nem eu nem a A. nos apercebemos que o corte estava a ser efectuado com a maquineta ao contrário, ou seja, sem as protecções e sem respeitar o tamanho desejado. O facto de imediatamente após o 1º contacto da máquina com o meu cabelo, a A. ter soltado um ai o que é que eu fiz? não augurava nada de bom e de facto, apenas 20 minutos depois e já com a entrada em cena da C., chamada qual 112 para tentar remediar o irremediável, eu tinha à minha frente no espelho da casa de banho um gajo com umas orelhas tipo dumbo e com uma semelhança gritante entre o tamanho da barba e do cabelo. Enfim, um ovo, um melão, um verdadeiro pêssego careca.
A verdade é que me habituei rapidamente ao novo estilo. Nunca estava despenteado, deixei de gastar dinheiro em champô e não havia caspa, piolho ou lêndea que me chegasse. Até que em Fevereiro do ano da graça de 2006 cedi finalmente a pressões de todos os quadrantes para que deixasse de me tosquiar e recorri pela primeira vez em 30 invernos (porque carga de água é que se há de dizer sempre primaveras?) a um cabeleireiro. Unisexo sim, mas cabeleireiro ainda assim. Engolindo em seco e ignorando aquela irritante vozinha, que todos os machos embebidos num espírito testosterónico ouvem, e que me dizia olha que isto é coisa de gajas ou de metrosexuais com dúvidas, olha que por este andar ainda acabas a cagar de esguelha…, lá fui cabisbaixo e de mãos nos bolsos.
(continua…)
Uma boa notícia
15.5.06
Ontem comi dobrada. Mas o fim-de-semana também teve partes indigestas.
Ponto 2- a não ida do Quaresma ao Mundial, a confirmar-se, é uma vergonha. Num ano em que foi o melhor jogador português do campeonato e em que surpreendeu ao tornar-se um verdadeiro jogador de equipa, só 3 ordens de razões podem justificar esta apesar de tudo previsível decisão de Scolari: 1- não vai porque é do Porto e já se percebeu que Scolari precisa/prefere viver em guerrilha; 2- não vai porque não interessa à Nike e a alguns empresários; 3- não vai porque nunca fez parte do "plantel" de Scolari e ele não quer introduzir alterações de última hora.
Eu, amsa, que nunca gostei do homem, aposto em parte na 1ª mas essencialmente na 3ª razão. Scolari escolheu desde cedo alguns jogadores, formou um grupo de fiéis e daí não sai. O que importa que Quim, Maniche e Hugo Viana praticamente não tenham jogado nos últimos meses? Que Figo e Simão estejam em má forma? Que Costinha nem sequer tenha clube desde Janeiro? Que Boa Morte nunca tenha feito um jogo de jeito pela selecção? Como acima de tudo quero que Portugal ganhe, espero que não importe nada, ou por outras palavras, espero que tal como em relação a Adriaanse seja eu a estar totalmente enganado.
P.S. - a inclusão de Ricardo Costa na lista, a confirmar-se, é quase ridícula e tresanda a justificação pífia do estilo estão a ver como eu até convoquei um jogador do FCP? Teria muito mais lógica ir buscar Pedro Emanuel (pela experiência e com a vantagem de ser também do FCP) ou Tonel pela boa temporada que fez.
12.5.06
Tugas no Hospital
Um outro senhor diz que lhe fizeram um "clister ao papo".
Uma senhora está deitada numa maca à espera que lhe seja feito um exame radiológico interno que involve a introdução dum cone, emissor de rx, pela vagina. O médico conversa com ela para lhe explicar o procedimento e diz-lhe para não se preocupar que vai colocar um preservativo. Ela interrompe-o prontamente: "ò dr. esteja à vontade que eu já fiz laqueação de trompas".
Como dizia outro dia o Folha Seca (que me contou as duas primeiras situações), só entendemos as coisas à luz do que conhecemos.
10.5.06
A Francesinha- uma declaração de amor
Qualquer pessoa que visite a Invicta, a minha cidade, a minha terra, as minhas gentes, não deve deixar de visitar Serralves, não pode perder a Casa da Música, a Foz e as suas esplanadas, a Ribeira e o Parque da Cidade, entre outras atracções mais ou menos turísticas.
Mas também não a pode abandonar sem experimentar os seus pratos mais típicos: as tripas à moda do Porto e a fabulosa francesinha, a nadar em molho e obrigatoriamente acompanhada por um ou mais finos bem gelados, de preferência sem camarões, ovos estrelados e outras merdas tais. Com o meu humilde saber de tripeiro comedor de francesinhas, deixo à vossa consideração aqueles que para mim são os 2 melhores locais para degustar a dita: o Capa Negra (na zona da Galiza) e o Bufete Fase (em Santa Catarina, com o seu balcão mínino e as suas 4 mesinhas).
8.5.06
Os novos guerrilheiros
Um caso típico de boa adaptação ao progresso e à globalização...
Resta-me esclarecer que não tenho nenhum tipo de simpatia pelas FARC e suas acções e que desconheço o contexto político-social vivido na Colômbia.
P.S.- Este post foi totalmente baseado numa notícia do Courrier Internacional.
Mais uma sugestão
Fica a sugestão, não o façam. Não há pretexto ou circunstâncias que o justifiquem. Nem os efeitos especiais nem sequer a Naomi Watts valem a banhada.
6.5.06
A paranóia continua
Hoje vi na RTP o Dr. Rio a denunciar um campanha orquestrada contra a sua pessoa e levada diariamente a cabo pelo JN. A notícia em questão é relativa à ligação Rui Rio- chefe de gabinete- PDM- Boavista Futebol Clube, que estará a ser alvo de investigação policial.Como é evidente não faço ideia quem tem razão, mas como o Público e o DN também publicaram a notícia podemos concluir que o polvo que pretende derrubar o Dr. Rio é formado por estes 3 jornais de referência do País.
O que me enerva ao ponto de me eriçar os pêlos (que como já disse várias vezes ainda para mais são muitos) é a postura de Rui Rio, um verdadeiro bastião de moral e rectidão nesse mar de lama e perversidade que é a cidade do Porto, isto a fazer fé nas teorias dele.
3.5.06
Estou muito longe de ser um melómano. Nem sequer tenho muito o hábito de assistir a concertos ao vivo. Mas influenciados pela paixão e pelo entusiasmo da minha cunhada H., eu e a A. (ou de forma mais cavalheiresca, a A. e eu) lá tirámos os rabos do sofá, deixámos o puto nos avós e fomos ver este grupo com nome de arma de assalto.
Para além das 2 ou 3 músicas que conhecia da rádio, não sabia bem o que esperar nem como catalogar o género musical. Para tentar evitar o post tipo lençol posso dizer-vos desde já que o concerto foi excelente e que, numa comparação necessariamente simplista, A Naifa está para o fado como os Gotan Project para o tango. Uma abordagem desempoeirada, com base electrónica, de poemas fora do comum, sussurados, falados e cantados por uma vocalista (Maria Antónia Mendes) que é um portento de voz e interpretação. Em relação aos restantes elementos do grupo, e confirmando as suspeitas que se foram avolumando ao longo do espectáculo, descobri no final que o baixista é o Aguardela, aquele tipo dos Sitiados (???) que parecia estar constantemente speedado, e o guitarra clássica é o Varatojo, o dos Despe e Siga (???), grupos não propriamente sinónimos de música de alta qualidade.
Ora, esta situação força-me a ponderar com mais cuidado a forma excessivamente crítica como olho para alguns performers da actualidade. Quem me pode garantir que daqui a alguns anos não estarei a assistir com gosto a um concerto do João Pedro Pais? Ou dos EZ' Special? Confesso que isto me inspira algum medo...
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