26.5.06

Just say no

Periodicamente, e quando a inspiração para abordar outros temas falha, volto aos meus ódios de estimação. Dito assim, admito que quem me conheça fique sem saber o tema deste post, porque eu sou de facto um gajo hiper-crítico e inclusivamente já ouvi alguém que me conhece bem dizer que nunca te ouvi dizer bem de ninguém, o que mesmo não sendo 100% verdade, me fez ponderar a minha postura perante o mundo que me rodeia.Devidamente ponderada a postura e apesar de diversas tentativas de passar a ver os copos meio cheios, decidi não me conter, até porque medicamente não é bom guardar tanto fel cá dentro. Hoje, vou novamente falar dos Bush.

Tudo isto a propósito de um encontro de alto nível sobre SIDA/HIV, que se vai realizar na próxima semana nas Nações Unidas, para avaliar a evolução da situação desde a sessão especial da Assembleia Geral da ONU em 2001, sobre este mesmo tema.Ora, a preguiça leva-me a não perder tempo a procurar estatísticas que permitam pintar um quadro mais real da pandemia, mas acho que é seguro dizer-se que temos ido de mal a pior.Na África subsariana, tal como em alguns países asiáticos, o número de infectados não para de crescer. No mundo Ocidental, e apesar de impressionantes campanhas mediáticas de informação sobre a doença, não há uma alteração significativa de comportamentos de risco (como se comprova pela baixa taxa de utilização de preservativos) e pior ainda, começa a correr em sectores (felizmente minoritários) a noção da SIDA como simplesmente mais uma doença crónica com a qual se vive como se fosse uma diabetes ou uma hipertensão.Bom, mas voltando aos Bush, ficarão certamente tão impressionados como eu fiquei por saberem que a delegação dos EUA (47 elementos) vai ser liderada pela 1ª dama a Exma. D.Laura. Só com esta informação, qualquer pessoa poderia dizer que isto seria uma forma de dar relevância política e mediática a este encontro. Mas Laura não vai sózinha. Com ela na comitiva oficial estarão também notáveis especialistas no tema como a sua filha Barbara, mais versada em álcool e festanças, e uma amiga dela cujo única característica marcante é ser por sua vez filha de um amigo de George W. Mas ainda há mais. A marcar a ideologia conservadora dos Bush e a sua versão do que deve ser o combate a este flagelo, estarão vários elementos que defendem a educação para a promoção da abstinência como o único caminho a seguir, contrariando não só o senso comum e os especialistas no fenómeno como também a própria declaração da AG da ONU de 2001.
Não sei se quem virá a seguir será muito melhor, mas já não há pachorra para esta família.

notícia tirada de: the nation.

3 comentários:

Anónimo disse...

Pois eu também sou como tu! OBCESSIVO!
Quando ganho uma ideia na cabeça, ela roi até ao seu pleno crescimento, com ups enérgicos e downs traumáticos e só pára quando alguma imposição realizável lhe põe fim!
Ai de nós quando essa imposição não nos é querida! Então estrebuchamos uns tempos e por fim aceitamos que menosprezámos os inimigos e assumimos a derrota depois.

wolverine disse...

bem dito.

P.S.- terá esse desabafo algo a ver com uma célebre moto 4?

Anónimo disse...

jákátá!