Acabo de ouvir na rádio o excelso Dr. Alexandre Relvas, o estratega de campanhas a quem Cavaco Silva já chamou o seu Mourinho, defender uma posição sobre o referendo à despenalização ao aborto que chega a parecer inspirada na sátira do gato fedorento ao Professor Marcelo. Segundo o Dr. Relvas a solução seria algo deste estilo:
Caríssimas portuguesas e portugueses, votem não numa demonstração inequívoca de respeito pela vida humana. Mas caso se vejam necessitados, por capricho, falta de dinheiro, tempo ou espaço para mais um miúdo lá em casa, a realizar um aborto em qualquer altura da vossa gravidez saibam que soluções não faltam. Caso tenham posses sugiro o costumeiro passeio a uma capital europeia do vosso agrado, onde podem sempre fazer umas comprinhas nas lojecas da moda. Caso sejam só remediados continuam a ter a opção de resolver o problemazito já aqui ao lado na amiga Espanha, podendo até aproveitar para comprar caramelos e atestar o carro. Caso não tenham onde cair mortas resta-vos ainda e sempre o ancestral recurso a um qualquer vão de escada infecto e badalhoco, com a suprema vantagem de não correrem o risco de ser presas ou perseguidas pela polícia no caso de terem complicações graves que vos obriguem a ir parar ao hospital.
Enfim,
é crime? sim.
pode-se fazer a qualquer altura da gravidez desde que não seja num estabelecimento de saúde legalizado? sim.
o que é que acontece a quem o faz? nada.
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2 comentários:
Quem dá dá ouvidos às vozes.
Eu não conheço o sr. Relvas, nem a maior parte dos eleitos a filosofos do reino, nem essa gente que se põe em bicos de pés no jornais a emitir opiniões que são tomadas por sérias só por saírem nos jornais.
Eu conheço alguns dos meus pares e só os avalio pelo estar e não pelo falar, porque o falar não é nada. O falar é tão só uma declaração de intenção que poderá ser não mais que uma vaidade sem empenhamento em esforço maior que mínimo.
O estar é fundamental para se entender o interlucotor. Até sabermos o que ele faz e do que é capaz de abdicar pelo outro, não o conhecemos.
Por isso a maior parte dessa gente que fala e argumenta, para mim, unicamente está a procurar notoriedade ou a fazer exercício de estilo procurando mais um argumento ainda nãolembrado para um lado ou para o outro, e está-se borrifando para mais um espermatezoide , óvulo ou ovo que vá pela sanita abaixo.
Se o ovo vivo der dinheiro vivo é porque sim se o ovo morto der dinheiro vivo é porque não e se o ovo não der dinheiro então vamos ali a Espanha e comemos uma mariscada e falamos da pesca do lingueirão que é um crime ou das barragens no Minho que estragam o Alvarinho ou de qualquer treta mas que alguém leia e que dê dinheiro, kagentenãvivesódariágua.
A minha versão sobre os verdadeiros "filhos da puta".
São filhos da puta os caramelos que sabem perfeitamente que são filhos da puta e gozam com o facto, por pensarem que os outros os não topam como tal.
1: O verdadeiro filho da puta, não faz as coisas de modo gratuito. Não bate da mulher, porque sabe que se o fizer vai ter grandes problemas. Se a quizer tramar cria-lhe uma situação do mais filho da puta que houver para que a fulana saia dali suja até ao osso e pobre como Job. Também não se suja a matar bicho pequeno ou grande, pede para matar e fica longe a ver, porque também sabe que essas coisas dão mau aspecto e sabe que o aspecto é aquilo para que maior parte da gente olha - "tinha cara de boa pessoa!"
2: O filho da puta puro, sabe falar sobre o trivial com gente desconhecida e só se desmascara quando pensa estar a falar com outro filho da puta em que pode confiar. A maior parte do tempo fica calado a ouvir e a concordar, numa procura constante onde tirar vantagem, porque é disso que se trata. O verdadeiro filho da puta só pensa nisso, tirar vantagem, sem qualquer respeito pela perda do outro, mesmo que não necessite. É essa a sua realização e nesse jogo, não vê qualquer limite. Nasceu a pensar que o mundo lhe deve e por mais que receba acha que é pouco.
3: Depois, há "o filho da puta do tipo arvorado", que é muito comum no sexo masculino da classe média / baixa. Pouco estudou porque se acha mais inteligente que os outros. Ao chegar a qualquer lado já "topou tudo", no dia seguinte já dá opinião e ao 3º dia dá leis. Quando lhe toca a fazer, procura estar fora dos olhares sem deixar marca de autor, para mais tarde dizer que não foi ele e atribuir culpas ao que quer que seja, jurando a pés juntos que "nem estava lá". Se tiver de fazer, em frente de alguém, irá pôr defeitos logo de início em tudo o que puder, para que o resultado final lhe não possa ser atribuido.
É o País, são os materiais, as condições de trabalho, o vencimento, a falta de material como "lá fora", etc..., o que lhe vier à memória porque imaginação não lhe falta. Como a maioria da população pertence ao grupo dos crentes o homem tem sucesso até ser descoberto já a meio da carreira. Até lá deixa um rasto de merda por onde passou.
4: O filho da puta do tipo casmurro. É bom fugir-lhe, já que é imensamente estúpido e tende a arrastar os outros na sua implosão. Está convencido que tem "a solução" e, se tem meios para influenciar estamos feitos porque vai arrastar imensa gente para o caos. É relativamente fácil de identificar pela sua determinação e certezas, pois é com estes atributos que se apresenta como Messias, mas é tremendamente difícil de combater se já ultrapassou o patamar do anonimato.
Face a estes, os toureiros são santos, os gajos a dar porrada nas mulheres, são apóstolos do bem e os putos como eu eu a matar a bicharada a torto e a direito são Querubins douradamente a esvoaçar em redor das saias de Nossa Senhora de Fátima!
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