1.2.07

Haja paciência...

À conversa com empresários chineses, o ministro da Economia Manuel Pinho apontou a nossa baixa média salarial comparativamente aos restantes países da UE como uma das razões para justificar o sino-investimento cá no burgo.
Ora, como a declaração do ministro é uma mera constatação do óbvio, o coro de protestos ao melhor estilo de virgens ofendidas que uniu partidos da oposição e sindicatos só se compreende à luz de alguma demagogia e aproveitamento político. Isto não invalida que comece a ser de bradar aos céus a falta de tacto do Dr. Pinho, que fiel ao seu historial de só ser notícia por maus motivos (a declaração que "a crise acabou", o caos com a ERSE e respectivas audições parlamentares, etc...) vem agora criar nova confusão ao melhor estilo cada cavadela cada minhoca. Ainda para mais num governo que conseguiu há poucos meses um acordo histórico entre todos os parceiros sociais para uma melhoria plurianual significativa do salário mínimo.
Será que como a oposição a Sócrates é pura e simplesmente inexistente alguns ministros se sentem estranhamente compelidos a agitar as águas?

1 comentário:

Anónimo disse...

Na minha consulta tenho um ex-toureiro profissional, homem obeso de muitas lides, que até já caiu de um avião no rio Minho e que agora no fim da vida aterrou em Moçambique e vem ao médico a Viana do Castelo 2 vezes por ano. Foi parceiro do Diamantino Viseu e do António dos Santos, bandarilhou e tomou alternativa, capoteou e até matou em Espanha e para te ser franco penso que cumpriu o destino ...
Eu, em pequeno, apanhava gafanhotos (dos grandes), embrulhava-os em papel de jornal e puchava-lhes fogo. Depois ficava a ouvir o que me parecia um chiar e, por me custar a acreditar que aqueles olhos grandes fossem capazes de lágrimas, repetia o gesto, sem concluir nada, porque outros havia que morriam estoicamente calados. Aos 10 anos testei 2 cães o Tejo e o Guadiana na caça a um gato das redondezas - maus caçadores - tive de abanar a árvore onde o desgraçado tinha achado refúgio para que o apanhassem. Pelos 12 anos, com a minha pressão de ar, ia aos passarinhos só pelo gosto de os ver cair perante a minha pontaria. Depois levava-os para casa para mostrar e deitar no lixo. Mais tarde, já no Porto, assisti a uma pescaria do pai de um amigo de escola, e fiquei a saber como era a pesca desportiva - todo o material sofisticado, o engodo, a escolha do local do rio, a grossura do fio, a quantidade de chumbo, esperar e... depois tirar Kilos de peixe - a maioria barbos e tainhas de mau sabor e deixá-los a apodrecer, depois de pesado para se afirmar a capacidade do dia - "o meu pai não gosta de peixe do rio" . Estas 3 histórias subiram-me agora ao "pinsamento" nem sei bem porquê estas, porque podiam ter vindo outras....
Eu tenho a impressão de que só me apercebi da gratuitidade destes gestos já adulto entrado, porque até lá tudo isto era normal, tão normal como agora pôr insecticida nas formigas que me invadem a casa ou no piolho das árvores de fruto ou o pé nos caracóis do jardim. Às vezes penso que também sou um energúmeno quando ponho herbicida nas silvas porque ponho em risco tudo o que é pássaro que lá vai comer, mas eu não quero silvas a invadir-me o terreno e, arrancar uma a uma é uma eternidade. Também não conheço as plantas que me vão à frente da roçadora quando me equipo de jardineiro e penso que antes de matar o que quer que fosse deveria ter a certeza que o material genético que está em causa está garantido metros à frente e que a natureza viverá bem com aquela morte a bem da minha satisfação com o aspecto geral do meu jardim.
Também penso nos micróbios - as Pseudomonas, os Esfilococos, as Neissérias, os Clostridium e outra microbiada que também é filha de Deus Nosso Senhor e que se esforça tanto pela vida como nós, e que se Deus os pôs cá, é porque cá os queria e se lhes deu dentes era para morder e que há mulheres que merecem uma carga de porrada das grandes que é para se porem finas porque senão não ouvem doutro jeito, mas que isso não é apanágio de sexo porque há homens que também o merecem de outros homens ou de outras mulheres e que isto de violência não é só física porque à vezes é mais fácil viver com um par de bofetadas do que com judiarias repensadas por se não poder dar um par de bofetadas na hora.
Mas modas são modas e agora não se pode tocar numa criança porque não é politicamente correcto, não se pode desclassificar ninguém porque é traumatizante e pode despertar sentimentos que prejudiquem a auto-estima e... etc e tal ... Viva Portugal!

Agora uma anedota das que eu gosto: Um alentejano mostra a propriedade a um texano. Este impante diz: Eu, lá no Texas também tenho uma propriedade, mas para lhe dar a volta completa, tenho de andar dois dias de carro! O alentejano responde: "ê tamém já tivi um carro desses, mas vendi-o"

Porque é que eu gosto da anedota, porque é assim que o mundo é. A gente diz uma coisa e o outro vê outra ou finge que não a vê, por não a querer aceitar!.


Não ! Isto não é esquizofrenia!