Em termos usados num contexto futebolístico e tendo em conta os nomes atribuídos à nossa selecção nacional de futebol de 11, podemos observar que em tempos idos já fomos magriços, já fomos patrícios, já jogámos sob o título de lusos e actualmente, pelo menos a fazer fé no último cognome usado, somos conhecidos como os tugas.
Porque será que usamos como nome de guerra uma abreviação brejeira de um substantivo (portugas) que desde sempre é usado em tom depreciativo, e porque é que tal facto não causou estranheza ou protestos de maior?
Parece-me a mim que a resposta a ambas as questões tem a ver com uma certa identificação colectiva (mas não individual!!) com o nome usado.
É verdade ou não é que todos incorporamos no nosso imaginário a ideia do Português como um chico -esperto, sempre à procura da melhor forma de conseguir atingir algo mais dando algo menos? Que muitas vezes procuramos justificar algumas atitudes que sabemos não serem 100% correctas com noções como...as regras do jogo são assim...toda a gente faz igual...ou até há quem faça bem pior? Que os maus condutores são sempre os outros? Que cada um de nós é um campeão de civismo, mesmo que enquanto povo esse conceito esteja longe de nos poder ser aplicado?
Porque será que usamos como nome de guerra uma abreviação brejeira de um substantivo (portugas) que desde sempre é usado em tom depreciativo, e porque é que tal facto não causou estranheza ou protestos de maior?
Parece-me a mim que a resposta a ambas as questões tem a ver com uma certa identificação colectiva (mas não individual!!) com o nome usado.
É verdade ou não é que todos incorporamos no nosso imaginário a ideia do Português como um chico -esperto, sempre à procura da melhor forma de conseguir atingir algo mais dando algo menos? Que muitas vezes procuramos justificar algumas atitudes que sabemos não serem 100% correctas com noções como...as regras do jogo são assim...toda a gente faz igual...ou até há quem faça bem pior? Que os maus condutores são sempre os outros? Que cada um de nós é um campeão de civismo, mesmo que enquanto povo esse conceito esteja longe de nos poder ser aplicado?
A resposta a todas estas questões só pode ser sim. Como tal, convido os eventuais leitores a deixarem como comentário a este post não só a vossa opinião sobre o tema como também um exemplo de uma atitude que vos pareça ser demonstrativa e merecedora desta condição, deste estatuto de TUGAS..
Vamos quiçá lançar as bases dum futuro "Manual do Tuga", livro que pode vir a revelar-se muito útil para algum estrangeiro que se queira familiarizar com os nossos hábitos e costumes. Para dar o mote, lanço desde já duas histórias que para mim simbolizam aquilo que é ser um tuga na acepção total do termo:
história 1- um destes dias no consultório estava eu ocupado com um paciente quando a minha assistente me informa que na sala de espera estava um senhor que queria uma declaração de presença. Apesar de me ter apercebido logo do objectivo do tipo, decidi mandá-lo entrar para confirmar presencialmente se aquilo que me parecia surreal não seria afinal bem concreto. Este foi, aproximadamente, o diálogo ocorrido:
o tipo- " eu só queria uma declaração de presença do dia 15"
eu- "mas isso foi há 2 semanas.O senhor é aqui paciente? o senhor esteve cá nesse dia?
o tipo-"Não, mas precisava muito dessa declaração e estou disposto a pagar uma consulta se for preciso"
eu- "mas se não esteve cá eu não possso dizer que esteve..."
o tipo-"é que me dava jeito para não pagar uma multa de 40 contos".... !!!!!
Isto tudo vindo de alguém que nunca tinha lá ido e não me conhecia, o que me leva a concluir que devia estar a fazer a ronda das diversas clínicas da área a ver quem lhe dava o jeito...
Vamos quiçá lançar as bases dum futuro "Manual do Tuga", livro que pode vir a revelar-se muito útil para algum estrangeiro que se queira familiarizar com os nossos hábitos e costumes. Para dar o mote, lanço desde já duas histórias que para mim simbolizam aquilo que é ser um tuga na acepção total do termo:
história 1- um destes dias no consultório estava eu ocupado com um paciente quando a minha assistente me informa que na sala de espera estava um senhor que queria uma declaração de presença. Apesar de me ter apercebido logo do objectivo do tipo, decidi mandá-lo entrar para confirmar presencialmente se aquilo que me parecia surreal não seria afinal bem concreto. Este foi, aproximadamente, o diálogo ocorrido:
o tipo- " eu só queria uma declaração de presença do dia 15"
eu- "mas isso foi há 2 semanas.O senhor é aqui paciente? o senhor esteve cá nesse dia?
o tipo-"Não, mas precisava muito dessa declaração e estou disposto a pagar uma consulta se for preciso"
eu- "mas se não esteve cá eu não possso dizer que esteve..."
o tipo-"é que me dava jeito para não pagar uma multa de 40 contos".... !!!!!
Isto tudo vindo de alguém que nunca tinha lá ido e não me conhecia, o que me leva a concluir que devia estar a fazer a ronda das diversas clínicas da área a ver quem lhe dava o jeito...
história 2- no hospital Santos Silva em Gaia, um cirurgião está a cumprir a sua urgência à noite quando lhe aparece uma paciente que quer extrair um dente. Ele tentava explicar-lhe que não era dentista e que não o poderia fazer, mas eis senão quando a dita senhora lhe confessa que o dente já tinha sido extraído e que agora estava outra vez na boca. Perante o ar incrédulo do médico, ela contou que tinha ido durante esse dia tirar o dente a um dentista e que após a extração pediu para ver o dente, tendo ficado desconfiada que aquele dente que lhe estavam a mostrar não era o dela mas sim outro qualquer! Ficou assim em posse do dito cujo e para confirmar as suspeitas decidiu tentar testar se o dente correspondia ao "buraco" que tinha na boca. Fez força para o colocar, ele entrou e depois já não o conseguiu tirar, daí a ida ao hospital para extrair novamente o mesmo dente... !!!!!
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