Intróito.
Outro dia tive o duvidoso privilégio de ver aquele senhor que guarda o seu dinheiro na conta de um sobrinho taxista na Suiça a reagir a uma notícia do novo semanário Sol, que dava conta dos seus continuados problemas com a justiça. Disse o energúmeno que o referido jornal é um pasquim dirigido por amigos do Dr. Marques Mendes, que têm por objectivo transformar este último em Primeiro-Ministro.
Fim do intróito.
Uma das coisas que melhor diferencia uma democracia de um regime anárquico é a existência de regras, de limites que visam impedir/regular determinados comportamentos.Uma dessas regras estipula que um cidadão só se pode candidatar à Presidência da República depois de atingir os 35 anos de idade. Ora, pensando em Marques Mendes, ocorre-me num cínico acesso de descriminação avulsa que um tipo para ser Primeiro-Ministro devia obrigatoriamente ter mais que 1,70. Na mesma linha de raciocínio, e por uma questão de boa representação do país, devia estar consagrada na lei a obrigação das nossas atletas andarem sempre bem depiladas (tudo para evitar que mais crianças se vejam traumatizadas para todo o sempre com imagens como os sovacos peludíssimos da Rosa Mota ou o viçoso buço alourado da Fernanda Ribeiro).
Continuando, e assim ao correr da pena, sugiro que:
, tipos como o Castelo Branco deviam ser impedidos de sair do país ou de regressar caso já estivessem lá fora
, o Luís Represas seja terminantemente proibido de gravar mais músicas e de cantar novamente "A próxima vez"
, cidadãos com o nome de Armando Vara, Santana Lopes ou Joaquim Pina Moura se vejam impedidos de exercer na função pública
, toda a discografia infantil da Ana Malhoa seja apreendida e queimada, de preferência em conjunto com as suas tangas à leopardo
, indivíduos com bigode não possam comer sopa em público
, seja proibido aos homens a possibilidade de usarem t-shirts caviadas.
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1 comentário:
Já estava saudoso dos seus judiciosos posts. Ainda bem que o temos. de novo, em grande forma e que temos também ocasionalmente, Folha Seca a brindar-nos com brilhantes comentários.
Sobre o tema em análise, ocorre-me que, no tempo da outra senhora, se dizia que éramos injectados com "Fátima, Futebol e Fado".
Agora, percebeu-se que já há imensa gente, mesmo dentro da Igreja, a ter cautela ao tratar o caso de Fátima e, menos se fala nisso. Quanto ao Fado, que eu até gosto de ouvir, quando cantado por vozes castiças, assumiu proporções aceitáveis. Mas, no que respeita ao Futebol ...é demais! ...É demais. Qualquer dia tenho que deixar de ligar para os canais de TV nacionais, para não ficar mais doente do que já estou.
Gostaria que estendesse os seus comentários, sempre tão oportunos a este candente tema
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