25.3.06

Descarga de bílis (ii)

Ouvi ontem na rádio uma notícia tenebrosa. Os UHF, com aquele vocalista apanascado do cabelo tipo piaçaba, vão fazer uma nova tournée nacional. Mau!! Muito mau!! E logo numa altura em que eu estava a ficar tranquilo com a ideia de que o único local em que alguém deixava os tipos actuar era o Estádio da Luz.
Certamente preocupado com o arrepio que causou aos ouvintes capazes de perceber a diferença entre música e gajos a zurrar ao microfone, o locutor tratou de emendar a mão e terminou a notícia em grande estilo com esta tirada cómica: "os UHF, uma das maiores bandas nacionais de sempre".
É. Concordo. Só mesmo superados pelas Doce e empatados com o Quarteto 1111.

1 comentário:

Anónimo disse...

Pois meu amigo: É o que há!!!!!!
Imagina-te a entrar num restaurante na Etiópia e teres na ementa como prato único "pele de galinha com mandioca" ou similar coisa, tão somente porque "é o que há!"
Há uns meses ouvi uma história de um Café em Moçambique em que o cliente perguntou se tinha Coca-Cola e o empregado terá dito: "Temos, mas não há!" e repetiu o dito até acordar na bebida que lá tinha.
No nosso panorama, não temos tradição. Temos algumas músicas e intérpretes medianos.
Para Megaconcertos para "Jovens da desbunda "kamaltéjóvem" é o que há!
A mim preocupa-me mais o Hino do Benfica ser aquela cançoneta de há 50 anos, sem qualquer tratamento rejuvenescedor, a falta de um hino por Escola Secundária, Universidade ou Colectividade com mais de mil sócios, o uso e abuso de músicas espanholas ou sul-americanas por parte das Tunas e a falta de compositores que se disponha a escrever música para estes públicos, sem os complexos de estar a fazer música popular barata.
Talvez agora com o aumento de alunos nas Escolas de Música, sejam possíveis essa composições, porque até agora os "UHFs de garagem" mais não fizeram que vestir as roupas, dar uns berros a modos de uns traques para que esse público se reveja neles.