14.12.05

Raiva

Acordei. Deixei-me estar algum tempo no quentinho. Começei a ouvir o João a querer acordar. E a falar. Pahhh, Deiiii, Ahh, queeeii e todas as outras palavras que só os bébés compreendem. Ri para ele. E ele riu de volta. Como só os bébés sabem rir.

Liga-se o rádio. Ouço nas notícias das 9h a seguinte história:
...está internado em estado de coma no Hospital de Viseu um bébé de 50 dias. Os pais foram detidos pela polícia por suspeita de maus tratos e violação. A comissão de acompanhamento de menores em risco já estava a vigiar esta família, porque a bébé já tinha dado entrada por 4 vezes nas urgências hospitalares, com lesões sugestivas de maus tratos. A comissão de acompanhamento tinha decidido deixar a bébé ao cuidado da avó.
Que morava na mesma casa dos pais...
E agora?
Não sei qual é a pena prevista para estas situações. Mas não estou minimamente interessado em saber. Se tudo for o que parece ser, não conheço em nenhuma língua um adjectivo que esteja sequer perto de descrever alguém capaz de algo assim. Para começar, acho que deviam assegurar-se que estes "pais" nunca mais o possam ser. Ter um filho não pode ser um direito adquirido.
Vasectomia. Histerectomia. Mas mesmo assim é pouco. Pelo menos o pai merece mais. Castração química. Ou cirúrgica. Para que nunca mais possa fazer isto a outro bébé.

Quanto à comissão de acompanhamento...Não sei se há falta de meios. Falta de cuidado. Falta de opções jurídicas. Falta de competência e bom senso.
O que sei é que na dúvida tem que prevalecer sempre a defesa do bem estar do bébé. Ou de uma criança. E mais uma vez não foi isso que aconteceu.

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