8.11.05

Tugas 3

Ontem fiquei a conhecer no telejornal a história do Vitorino. O Vitorino deve ter à volta de 20 anos e mereceu os seus 15 minutos de fama porque foi apanhado a conduzir sem carta. Normalmente este facto não seria suficiente para constituir notícia mas o Vitorino demonstrou ser persistente e não esmoreceu perante alguns contratempos. Assim sendo, conseguiu ser apanhado não 1 nem sequer 2 mas sim 60 vezes (sim, não há erro, são mesmo sessenta!!!!) O caso chegou a julgamento e a sentença que foi aplicada ao jovem e maroto Vitorino foi de 3 anos de pena suspensa, tendo sido recebido à porta do tribunal como um herói pelos amigos, chegando até a merecer cânticos tipo futeboleiros. Dizia o próprio que "a sentença foi justa porque eu até não matei ninguém...". Certamente como prémio pela habilidade demonstrada o Vitorino vai poder (não sei se agora ou após os 3 anos de pena) tirar a carta de condução. E que tal, pergunto eu, uns milhares de horas de serviço cívico em enfermarias de acidentados automobilísticos? Ou um belo passe de utilizador permanente de transportes públicos?

Pelos vistos, o meretíssimo juíz terá entendido como atenuante o facto do Vitorino se mostrar arrependido. Já conhecia a teoria do toda a gente merece uma 2ª oportunidade mas uma 61ª parece-me algo exagerada. Será esta a mensagem que queremos fazer chegar a qualquer puto entre os 14 e os 18 anos que até se ache com jeito para a condução, e que a partir de agora sabe que se for apanhado uma ou outra vez sem carta nada de grave lhe poderá acontecer, desde que não tenha estropiado ou morto ninguém? É só mostrar arrependimento. E se algo correr mal quem é que é o responsável? O puto? Os pais? O juíz? O outro condutor ou peão?
Acho que a venda nos olhos da estátua da justiça é cada vez menos de imparcialidade e mais de impunidade.

P.S.- neste caso, a pergunta que vale a bicicleta é : quantas vezes terá o Vitorino conduzido para ter sido apanhado em 60 ocasiões?!!!

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