23.11.05

Poesia.

Para ser fiel ao que fiz em relação à música, devia apresentar também um top 5 de poemas favoritos. Infelizmente, tal não vai ser possível. Gostava de poder dizer que é por motivos técnicos alheios à minha vontade (como fazem as tv's quando a transmissão está merdosa), mas a verdade é que não tenho 5 poemas favoritos. Adoro ler todo o tipo de prosa (crónicas, ficção, ensaios, romances,diários de viagem, etc...) mas nunca consegui "entrar" na leitura de poesia, talvez por esta ser geralmente demasiado densa (ou será que o denso aqui sou eu?). Assim sendo, e algo envergonhado, limito-me a transcrever o único poema que até à data me marcou.
Este fabuloso texto de W.H. Auden, que muitos de vocês certamente conhecem do filme "4 casamentos e 1 funeral" e que se chama "Funeral Blues".

Stop all the clocks, cut off the telephone,
Prevent the dog from barking with a juicy bone,
Silence the pianos and with muffled drum
Bring out the coffin, let the mourners come.

Let aeroplanes circle moaning overhead
Scribbling on the sky the message He Is Dead,
Put crêpe bows round the white necks of the public doves,
Let the traffic policemen wear black cotton gloves.

He was my north, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest,
My noon, my midnight, my talk, my song;
I thought that love would last for ever: I was wrong.

The stars are not wanted now: put out every one;
Pack up the moon and dismantle the sun;
Pour away the ocean and sweep up the wood.
For nothing now can ever come to any good.

1 comentário:

Anónimo disse...

"Construíram uma prisão cujos limites exteriores eram redes onde, através da torção dos arames, se encontravam escritos alguns dos mais belos poemas dos principais poetas do país.
Essa rede de versos que contornava toda a prisão era eléctrica: quem a tocasse apanharia um choque mortal."